domingo, setembro 28, 2014

Um anel, uma máquina de costura e uma história de amor - Parte 05

"Minha amada Lurdes
Cada dia que se passa nessa casa sem a sua presença é como se eu morresse um pouco por dentro.
Vou esperar a poeira baixar, deixar seu pai pensar que está tudo bem e que esquecemos um do outro para você conseguir a confiança dele de volta.
Quando ele menos esperar eu vou te tirar daí.
Estou contando os dias para te ver novamente.
Antonio Roel "

Escondi a carta no fundo meu baú de tecidos para que ninguém nunca a encontrasse,  todas as noites antes de dormir eu lia e eram aquelas palavras que me davam força para continuar vivendo.
Muitos dias se passaram, não sei ao certo quantos, mas, de fato achei que meu pai tivesse esquecido os acontecimentos.
Eu acordava, não desobedecia uma regra sequer, passava os dias trabalhando a cada minuto para não dar brecha pra que percebessem os meus planos e então lia a carta e dormia novamente dia após dia.
Comecei uma rotina de ensinar Lara à costurar,  ela realmente tinha talento, passávamos horas trabalhando naquilo, comendo e fofocando; somente com ela eu podia falar sobre Antonio, então era uma terapia.
Cinco da manhã, acordei, alimentei os animais, varri a casa, cuidei do almoço como todos os dias, arrumei então os tecidos e materiais na minha sacola e desci até a casa de Lara, quando cheguei lá mais uma carta me esperava:

"Minha  amada Lurdes
Espero que esteja bem, não pense que te esqueci, minha mala já está pronta, vou passar alguns dias na casa dos meus familiares na fazenda, comece a arrumar as suas coisas aos poucos para que ninguém perceba, dessa vez quando eu voltar você volta comigo
Antonio Roel" 

A Felicidade tomou conta de mim, a aula de costura seguiu ainda mais animada, Lara fez uma saia godê azul belíssima, o sentimento quando uma peça está finalizada é inexplicável.
A noite me sentei na poltrona na sala de estar para ler um pouco enquanto meu pai tomava leite quente, passamos algumas horas juntos e tudo estava bem como não ficava em meses.
Fui acordada no meio da madrugada com passos na casa pra lá e pra cá, escondi as cartas no fundo do baú pois adormeci lendo e elas ainda estavam em minha cama, calcei os chinelos e fui em busca do movimento. Meu pai e minha madrasta estavam no banheiro, meu pai carregava Gilbertinho no colo que estava mais branco que uma folha de papel, tinha vomitado muito, o peguei no colo e ele adormeceu. A única razão que me prendia aquela casa era ele e minhas irmãs, não queria nem pensar o que seria deles sem mim e de mim sem eles.
Fiz soro caseiro para Gilbertinho e ele estava um pouco melhor, então fui novamente para casa de Lara, quando cheguei lá, tive a maior surpresa ao encontrar Antonio!
Ele disse que não queria atrapalhar, então se sentou no sofá e assistiu toda a aula; quando acabamos, voltei para casa, não me demorei para que meu pai não desconfiasse, combinamos que o dia seguinte seria o dia, nos encontraríamos na venda após o almoço para combinar os últimos detalhes!
O Dia seguinte amanheceu com uma chuva terrível, ventania e trovoadas, calcei minhas botas, peguei a guarda chuva e fui até a venda com a desculpa de comprar doces, cheguei lá e Antonio já estava me esperando - Com essa chuva como vamos conseguir? - disse eu - Nem que chovam canivetes Lurdes, hoje eu vou te buscar! Me espere pronta à meia noite em ponto!


Boa tarde Leitoras e Leitores! 

Estão gostando? Pra quem chegou agora, ou quer reler: 


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Muitos beijos! 



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