quarta-feira, outubro 15, 2014

Um anel, uma máquina de costura e uma história de amor - Parte 06



23:15, pra que tanta chuva?
Decidi contratar um táxi, para que pudesse levar minha Lurdes e sua mala em segurança até a estação, onde pegaríamos o trem.
Cada minuto parecia uma eternidade, eu prometi a ela que mesmo chovendo canivetes eu iria buscá-la, mas, e ela? Lurdes tinha tudo pra pensar que eu não era uma pessoa confiável, que a chuva era um sinal de que não era para prosseguir com o plano, meu coração doía com a possibilidade de chegar no ponto de encontro e ela não estar lá.
Já não havia unha nenhuma em minhas mãos, sinais do meu esperar, todos esperavam aflitos em casa aguardando notícias, minha mãe já deixou uma cama arrumada no quarto de minhas irmãs pronta para recebê-la, já fazia parte da família mesmo sem sequer conhecê-los, é isso que me fez amá-la, não havia como uma pessoa neste mundo não gostar dela.
Chamei meus irmãos Chico e Nico para que me acompanhassem, eles aceitaram de primeira, então estavam hospedados comigo na casa dos nossos parentes à 3 dias, tempo de sobra para traçar o plano, nada podia dar errado e se por algum motivo ela não estivesse no local e horário combinado, iríamos até a fazenda e não importava quem estivesse em meu caminho, se ela assim o desejasse iria comigo como planejamos.
23:30, começamos nosso caminho, o taxista cobrou o dobro do preço pela chuva e local de encontro, combinamos que ela me esperaria na primeira esquina depois da porteira da fazenda, que ficava em uma baixada e havia risco do carro atolar, a chuva caía em rajadas sem dar um segundo de folga, o vento uivava como um lobo.
Conforme fomos chegando perto, o caminho ficava cada vez mais difícil, a única luz era a dos faróis do Táxi, tinha certeza que ela não conseguiria chegar até o ponto de encontro sozinha, valia a pena abandonar tudo? Seu pai, seus irmãos, sair sozinha na chuva e no escuro carregando tudo que tinha dentro de uma mala, para pegar um Táxi e fugir com alguém que conhecera à tão pouco tempo?
Pois valeu.
Ao mesmo tempo que estacionamos o carro eu a vi, correndo em passos curtos, encolhida, com uma pequena malinha em uma das mãos, um guarda chuva preto na outra, não enxergava um palmo na frente do nariz, desci do carro e corri ao seu encontro, peguei sua malinha e a guiei até o carro.
Não consegui resistir e a abracei, nunca havíamos estado tão perto, mas meu medo de perdê-la me fez agir sem pensar. Ela soluçava e parecia tão frágil que eu tinha medo de a quebrar caso a tocasse sem cuidado, segurei sua mão e seguimos o caminho todo calados com a tensão que pairava dentro do carro.
Ao chegar na estação não pude deixar de perguntar a ela - Lurdes, você tem certeza de que é isso que deseja? Eu não quero forçá-la a nada - as palavras saíram fracas, com receio da resposta - Não tenho certeza do meu futuro Antonio, a única coisa que sei é que quero que ele seja ao seu lado - e então, Chico e Nico voltaram com os bilhetes e entramos no trem.
Lurdes dormiu a viagem toda, com uma paz que contagiava o vagão inteiro.
O Sítio dos meus pais, era modesto comparado à fazenda em que Lurdes vivia, a vida que ela levaria de hoje em diante não teria tanto luxo quanto costumava ter, mas ela se acostumou e rapidamente se encaixou na nova rotina.
Consertou as roupas de todo mundo, minha mãe passava a tarde ditando receitas que ela anotava em um caderno amarelo que lhe dei de presente, caminhávamos todos os dias no pomar e esse era o único momento que era só nosso.
O quarto de minhas irmãs ( que também ficou sendo o quarto de Lurdes) ficava bem em frente ao filtro de barro onde todos bebiam água, segundo meu pai, pelo resto da vida eu teria os rins e a bexiga saudáveis de tanta água que tomei nos 40 dias que antecederam nosso casamento.
Nos últimos dias Lurdes passava a maior parte do dia trancada no quarto, ganhou de minha mãe todo o tecido e materiais necessários para costurar seu vestido de noiva e minhas irmãs não se cansavam de ajudá-la, eu não podia passar perto da porta que elas estavam montando guarda para não de deixar ver nada, afinal daria azar.
Nenhum azar no mundo poderia nos separar, e o dia em que nos tornaríamos um, se aproximava cada vez mais...


Boa noite Leitoras e Leitores!! 
Sei que devem estar bravos comigo, talvez até muito bravos pelo meu sumiço, massss eu não os abandonei.
Mesmo que tenha ficado mais de uma semana sem lançar um novo capítulo, a Fan Page continuou a ter atualizações, e trabalhei em diversas postagens que estão nos rascunhos e serão liberadas nos próximos dias. 
Devido à demora, decidi que o capítulo de hoje tinha de ser especial, então foi todo escrito sob a visão de Antonio, o que acharam?

Pra quem ainda não leu os capítulos anteriores, ou pra quem quer reler: 


Quem acompanha o blog já sabe, mas pra quem está chegando agora, tem um sorteio acontecendo! E todos esses prêmios podem ser seus! Quer saber como?? Continue lendo :) 


REGULAMENTO PARA PARTICIPAR DO SORTEIO: 
~ Curtir as Fan Pages: 
Inspirações - Livro de Lírios - https://www.facebook.com/livrodelirios e
Kilindo Artesanatos que Apaixonam https://www.facebook.com/kilindoerica
~ Clicar em "Quero participar" Na aba Promoções na Fan Page do blog através deste link: https://www.sorteiefb.com.br/tab/promocao/389353
~ Compartilhar a imagem do sorteio que está fixada no topo da Fan Page marcando 02 amigos ou amigas: https://www.facebook.com/livrodelirios/photos/a.1474876899414070.1073741842.1470681656500261/1549354145299678/?type=1&theater
~ Podem participar todos que tenham endereço de entrega no Brasil
~ O resultado será revelado no dia 31 de Outubro de 2014
~ O Ganhador ou ganhadora terá 48 horas para responder a mensagem da moderação, enviando dados para entrega, caso não cumpra o prazo, outro sorteio será realizado.
Quer saber em detalhes cada produto que será sorteado? Pode conferir no post oficial: http://www.livrodelirios.com.br/2014/09/sorteio-de-05-itens-pra-quem-ama.html
Boa sorte à todos e muitos beijos! 



Nenhum comentário: